Hoje, a Prefeitura de Pindamonhangaba publicou o Decreto nº 6.870, que declara Situação de Emergência em Saúde Pública no município. O documento foi assinado pelo prefeito Ricardo Piorino e tem validade de 180 dias. A decisão se deu após o aumento expressivo de atendimentos por doenças respiratórias graves em unidades de saúde da cidade e da região.
Apesar da gravidade da situação, a Prefeitura não realizou coletiva de imprensa, não apresentou o relatório técnico que embasa a medida e não comunicou à população como se prevenir ou proceder em caso de sintomas. Até agora, a única ação visível foi a publicação discreta do decreto.
O aumento de casos está associado à circulação de vários vírus respiratórios, identificados principalmente em crianças internadas:
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SARS-CoV-2 (Covid-19): Pode causar febre, tosse, fadiga, e em casos graves, insuficiência respiratória.
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Vírus Sincicial Respiratório (VSR): Afeta principalmente bebês e crianças pequenas, podendo evoluir para bronquiolite e pneumonia.
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Influenza A e B: Vírus da gripe, com sintomas como febre alta, dores no corpo, calafrios e complicações pulmonares.
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Rinovírus: Causa resfriados comuns, mas pode agravar o estado de saúde em pessoas vulneráveis.
Segundo o decreto, a taxa de ocupação de leitos infantis de UTI está crítica, tanto em hospitais públicos quanto privados da região.
O decreto autoriza a Prefeitura a adotar medidas administrativas com mais agilidade para conter a crise. Entre elas:
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Compra emergencial de insumos e serviços de saúde, sem necessidade de licitação, desde que vinculados diretamente à situação emergencial.
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Tramitação em regime de urgência de todos os processos relacionados à crise.
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Remanejamento de servidores e prestadores de serviço para reforçar equipes da Secretaria de Saúde.
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Mobilização de todos os órgãos da administração municipal, sob coordenação da Secretaria Municipal de Saúde.
Embora o decreto tenha sido publicado oficialmente, nenhuma ação concreta de comunicação foi adotada pela Prefeitura até o momento. Entre as ausências mais preocupantes estão:
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Nenhuma coletiva de imprensa foi realizada para explicar o decreto ou os dados técnicos que o justificam.
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Não houve anúncio da criação de um comitê de crise, fundamental para coordenar ações de enfrentamento.
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Faltam orientações públicas claras sobre prevenção, sintomas e locais de atendimento.
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Não foram feitas campanhas educativas nem reforçada a vacinação, mesmo com a gravidade da situação.
O decreto, por si só, é um passo importante. Ele abre caminho para que a Prefeitura atue com mais rapidez na compra de medicamentos, contratação de pessoal e realocação de recursos. No entanto, de nada adianta um decreto sem transparência, planejamento e ações práticas.
Ao agir de maneira improvisada, a Prefeitura passa a impressão de que o decreto foi publicado apenas para cumprir uma formalidade administrativa, sem o devido envolvimento institucional que uma crise dessa natureza exige. A saúde pública não pode ser tratada de forma burocrática e desconectada da realidade da população.
Neste momento, o que a população de Pindamonhangaba precisa é:
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Acesso à informação confiável e atualizada sobre os riscos e como se proteger;
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Atendimento digno nas unidades de saúde, sem longas esperas;
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Liderança da gestão municipal, com ações integradas, coordenadas e transparentes;
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Respeito à gravidade da situação, com diálogo permanente com a comunidade.
Emergências exigem mais do que decretos. Exigem compromisso, ação e, acima de tudo, cuidado com as pessoas.
Decreto |
Gustavo Felipe Cotta Tótaro - CLICAR AQUI
Tecnólogo Gestão de Negócios e Inovação - Faculdade de Tecnologia José Renato Guaycuru San Martim. ( Fatec Pindamonhangaba)
Técnico em Contabilidade - Escola Técnica João Gomes de Araujo de Pindamonhangaba/SP
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