Contratos de Limpeza Pública em Pindamonhangaba: Tribunal de Contas Aponta Irregularidades e Câmara Silencia



Desde 2022, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) vem analisando um contrato da Prefeitura de Pindamonhangaba com a empresa Renovar Saneamento Ambiental Ltda., no valor de R$ 43,1 milhões, destinado a serviços essenciais de limpeza pública, coleta de resíduos sólidos urbanos e de saúde. Este contrato envolve uma soma milionária e cobre áreas fundamentais para a cidade, mas está sob investigação devido a possíveis irregularidades. O processo ainda está em tramitação e, até o momento, o Tribunal não emitiu um parecer final. Entretanto, a situação revela uma preocupante falta de fiscalização por parte da Câmara de Vereadores.

Entenda o Processo e as Irregularidades Apontadas

Em julho de 2022, a Prefeitura firmou um contrato de 12 meses com a Renovar, cobrindo três grandes áreas de serviço com valores significativos: aproximadamente R$ 34,7 milhões para o primeiro lote, R$ 680 mil para o segundo e R$ 7,7 milhões para o terceiro. A empresa foi contratada para a execução de serviços de limpeza urbana, que incluem a coleta e disposição de resíduos de saúde e resíduos sólidos da cidade, como lixo doméstico e materiais de clínicas médicas.

No entanto, durante a fiscalização, o TCE-SP encontrou problemas graves. A Renovar apresentou documentos duplicados e atestados de capacidade técnica (que comprovam a experiência e a aptidão da empresa para realizar o serviço) que não atendiam às exigências estabelecidas no edital da licitação. A empresa precisava comprovar experiência em serviços similares por um período mínimo de seis meses, mas a documentação apresentada só cobria 36 dias de atuação — muito aquém do necessário. Mesmo assim, a Renovar foi habilitada e declarou-se vencedora do certame. Essas falhas no processo levantaram questões sobre a transparência e a lisura da licitação, especialmente em um contrato de valor tão alto.

Aditivos e Questionamentos Ignorados

Logo após a assinatura do contrato, a Prefeitura fez um aditivo, excluindo serviços que haviam sido inicialmente acordados, o que gerou uma redução de R$ 620 mil. Além disso, uma concorrente da Renovar, a empresa IR Novatec Ambiental Eireli, apresentou representações formais ao Tribunal de Contas, questionando a validade do processo licitatório e a habilitação da Renovar. A Novatec alega que houve sobreposição de objetos entre diferentes licitações e que documentos foram aceitos de forma irregular, beneficiando a Renovar na disputa.

A análise do TCE-SP está em andamento e, enquanto isso, o processo permanece sem um parecer final. Ainda assim, a sequência de irregularidades encontradas deveria servir de alerta para os representantes públicos.

A Falta de Fiscalização da Câmara de Vereadores

Diante de tantos questionamentos e possíveis problemas no contrato, a Câmara de Vereadores de Pindamonhangaba, que deveria fiscalizar e questionar a transparência do uso dos recursos públicos, tem mantido uma postura passiva. O Legislativo municipal é um canal de fiscalização importante, que deveria trazer à tona as dúvidas sobre a transparência das licitações e zelar pela aplicação correta do dinheiro público. No entanto, o silêncio da Câmara gera preocupações, parecendo indicar que os vereadores estão mais interessados em proteger o Executivo do que em cumprir seu papel de fiscalização.

Em casos como este, a Câmara poderia atuar convocando audiências públicas, cobrando explicações dos envolvidos e trazendo o debate para a população, que é diretamente impactada pela qualidade dos serviços contratados. Contudo, até agora, os vereadores parecem evitar qualquer postura crítica sobre o contrato, deixando uma lacuna de fiscalização e transparência em uma questão que afeta diretamente a cidade.

Por Que a População Deve Ficar Atenta?

A coleta e a destinação correta dos resíduos são serviços essenciais que impactam diretamente a saúde e a qualidade de vida da população. Quando há falhas ou omissões nos contratos para esses serviços, o impacto recai sobre todos. Cada real mal investido representa menos recursos para outras áreas, como saúde, educação e infraestrutura.

O contrato de R$ 43,1 milhões, que ainda está sendo analisado pelo TCE-SP, deve ser acompanhado de perto pela população para garantir que o dinheiro público seja bem aplicado e que os serviços sejam prestados com qualidade. A falta de um parecer conclusivo reforça a necessidade de atenção da sociedade, que pode e deve cobrar dos seus representantes uma postura de vigilância e transparência.

Conclusão

A análise desse contrato pelo Tribunal de Contas segue em andamento, mas a omissão da Câmara de Vereadores é preocupante. É fundamental que a população exija que seus representantes eleitos atuem na fiscalização, especialmente em contratos de grande impacto financeiro e social. O dinheiro do município pertence à comunidade, e sua aplicação deve ser feita com responsabilidade.

A participação da população, acompanhando as sessões da Câmara e exigindo respostas dos vereadores, é essencial para que casos como esse tenham o devido acompanhamento. Vamos ficar de olho para garantir que a cidade de Pindamonhangaba receba serviços públicos de qualidade e que os recursos sejam bem administrados.


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Gustavo Felipe Cotta Tótaro - clicar aqui

Tecnólogo Gestão de Negócios e Inovação - Faculdade de Tecnologia de Pindamonhangaba/SP      

Tecnico em Contabilidade - Escola Tecnica João Gomes de Araujo de Pindamonhangaba/SP

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